Liberdade provisória é a soltura temporária de um acusado, sujeito a condições, enquanto aguarda julgamento, garantindo seus direitos básicos.
A liberdade provisória é um importante tema dentro do Direito Criminal, existindo muitas dúvidas sobre o assunto. É comum as pessoas questionarem sobre quando sua aplicação é possível, em que situações ela é permitida ou vedada e o que ela representa a longo prazo. A verdade é todas essas questões são mais simples do que parecem, e a própria legislação brasileira já resolve essas dúvidas.
Com o objetivo de esclarecer essas questões nossos advogados criminalistas prepararam esse artigo sobre o que é a liberdade, seus diferentes tipos, suas permissões e vedações. Confira!
Você sabe oque e uma audiência de custódia?
Fale com um advogado especialista.
O que é?
Nenhum acusado pode ser considerado culpado enquanto não houver uma sentença condenatória transitada em julgado, ou seja, enquanto o juiz não estabelecer a sentença final da condenação. Por isso, pode parecer anormal que pessoas fiquem presas antes do fim do julgamento e precisem da chamada liberdade.
Acontece que, quando alguém é preso em flagrante (durante a realização ou fuga de uma certa infração penal), essa pessoa pode ficar presa durante o processo, uma vez que o crime foi efetivamente presenciado pelos agentes do Estado.
É nessas situações – ou em outros tipos de prisões preventivas – que a liberdade provisória é necessária. Trata-se da possibilidade de alguém aguardar o seu julgamento em liberdade, desde que se comprometa a comparecer a todas as exigências legais.
Quais são os tipos?
Existem três categorias: obrigatória, permitida e vedada.
A liberdade provisória obrigatória é aquela que não pode ser negada ao infrator, em função do tipo de infração cometida.
Imagine, por exemplo, que um homem foi preso em flagrante por estar anotando o chamado jogo do bicho. Praticar o jogo do bicho não oferece uma pena restritiva de liberdade com reclusão do agente. Trata-se de uma contravenção penal, cuja pena de detenção pode ser de no máximo um ano. Segundo o Código Penal, esse tipo de infração, que não é punido com reclusão, sempre é passível da concessão de liberdade.
Já a liberdade provisória permitida é aquela que pode ser concedida na observação de inadequação da prisão preventiva, em concordância do Ministério Público. Neste caso, a lei define a possibilidade da liberação com ou sem fiança, a depender de uma série de características técnicas. De forma geral, cabe ao advogado criminal atuar em prol da permissão da liberdade nesse caso, pois é o espaço no qual mais há possibilidade de interpretação da situação.
Por fim, temos a liberdade provisória vedada, que é um ponto bastante polêmico. Atualmente, considera-se que ela é inconstitucional, não podendo existir. Anteriormente, ela era considerada constitucional e era destinada para participantes de crime organizado ou crimes hediondos, que tinham a possibilidade de obtenção de liberdade. Agora, porém, entende-se que só se pode vedar a restrição da liberdade se o acusado oferecer objetivamente um motivo para isso, não havendo motivos para uma categoria fixa de vedação.
Principais perguntas feitas a respeito do tema Liberdade Provisória
Quanto tempo posso ficar em liberdade provisória?
O período de liberdade provisória varia de acordo com a legislação do país em questão e a natureza do crime cometido. Em alguns casos, a liberdade provisória pode durar até o julgamento final, enquanto em outros casos pode ser revogada se novas acusações ou violações das condições estabelecidas ocorrerem.
Quais crimes cabe liberdade provisória?
A possibilidade de liberdade provisória depende da legislação específica do país e do tipo de crime cometido. Crimes menos graves, como delitos não violentos e infrações de menor gravidade, geralmente têm uma maior chance de concessão de liberdade. No entanto, crimes graves, violentos ou relacionados a drogas podem dificultar a obtenção desse benefício.
O que não posso fazer em liberdade provisória?
Em liberdade provisória, estão sujeitos a condições estritas, que podem incluir não se envolver em atividades criminosas adicionais, evitar contato com vítimas ou testemunhas, não deixar a jurisdição sem permissão, e em alguns casos, não consumir álcool ou drogas. Violar qualquer uma dessas condições pode resultar na revogação da liberdade provisória e em novas acusações.
O que vem depois da liberdade provisória?
Após a liberdade provisória, o processo legal continua com o agendamento do julgamento. Durante esse período, é crucial que o indivíduo compareça a todas as audiências e cumpra todas as condições estabelecidas pela liberdade provisória. Se considerado culpado no julgamento, a sentença correspondente será aplicada, podendo envolver prisão, multas ou outras penalidades, dependendo da legislação e das circunstâncias do crime.
Estou de liberdade provisória, posso visitar meu marido na cadeia?
As regras sobre visitas a detentos variam de acordo com as políticas da instituição prisional e a legislação local. Em muitos casos, pessoas em liberdade provisória podem visitar parentes na prisão, desde que sigam os procedimentos estabelecidos pela instituição, obtenham permissão prévia e estejam em conformidade com as condições de sua liberdade provisória. É essencial verificar as diretrizes específicas da prisão em questão e garantir que todas as autorizações necessárias sejam obtidas antes de realizar a visita.
Ficou alguma dúvida?
Como mostrado, a grande maioria dos casos não pode ser automaticamente definida como passível ou não passível de obtenção de liberdade provisória. Por isso, ao longo dos anos, a equipe de nosso escritório de advocacia aprendeu a lidar individualmente com cada caso.
Gostaria consultar um advogado? Entre em contato!
Galvão & Silva Advocacia
Artigo escrito por advogados especialistas do escritório Galvão & Silva Advocacia. Inscrita no CNPJ 22.889.244/0001-00 e Registro OAB/DF 2609/15. Conheça nossos autores.