Reduzir os juros do financiamento bancário envolve negociar condições com o banco, antecipar parcelas, transferir a dívida para outra instituição com melhores taxas (portabilidade) e buscar revisão judicial caso haja cobranças abusivas ou irregulares no contrato.
Para reduzir os juros do financiamento, considere as seguintes estratégias: faça uma portabilidade de crédito para um banco com taxas menores, aumente o valor das parcelas ou o valor da entrada, utilize o FGTS para amortizar a dívida e renegocie as condições com a instituição financeira. Manter um bom histórico de crédito também pode ajudar a conseguir melhores condições.
Quer saber como reduzir os juros do financiamento bancário? No decorrer da pandemia, inúmeras pessoas se viram diante de dificuldades para manter sua renda e cumprir com os compromissos assumidos em contratos de empréstimos e financiamentos.
A situação se agravou no cenário pós crise sanitária diante das incertezas econômicas e o número de famílias brasileiras endividadas bateu novo recorde histórico.
Conforme análise divulgada pelo portal Agência Brasil, o nível de endividamento atingiu 78,3% das famílias brasileiras.
Diante dessa situação, que não é novidade no Brasil, o Código de Defesa do Consumidor estabelece o direito à revisão contratual como uma solução viável.
Essa possibilidade de revisão não se restringe apenas aos contratos de empréstimos e financiamentos, mas também engloba outros tipos de contratos, como os relacionados a cartões de crédito e empréstimos consignados.
Em momentos de instabilidades econômicas, esses contratos podem ser reexaminados para se adequarem às novas circunstâncias.
De maneira geral, qualquer contrato de consumo pode ser objeto de revisão, ou seja, todos aqueles nos quais o consumidor adquire ou utiliza um serviço como destinatário final.
Segundo o que é disposto no Código de Defesa do Consumidor (CDC), a revisão de um contrato pode ocorrer quando há a ocorrência de um fato superveniente que torne a prestação excessivamente onerosa.
Um exemplo de fato superveniente é a perda de renda, especialmente durante a pandemia, em que as circunstâncias se alteraram significativamente desde o momento da contratação.
Nesse contexto, o direito à readequação contratual surge como uma forma de proteção ao consumidor e de preservação do próprio contrato.
Caso seja comprovada a ocorrência de uma alteração ou perda de renda, é possível buscar a readequação do contrato de empréstimo ou financiamento por meio de uma ação judicial.
O consumidor tem a possibilidade de ingressar com essa ação, e de apresentar provas que sustentem sua situação e reivindicando, portanto, a revisão do contrato, visando ajustá-lo às suas novas condições financeiras.
Como reduzir a taxa de juros do financiamento?
De acordo com especialistas, ao buscar crédito em uma instituição financeira, alguns fatores podem contribuir para a redução da taxa de juros, como o histórico do cliente com o banco, o prazo do empréstimo e a oferta de um bem como garantia.
Por outro lado, ter o nome negativado é o principal obstáculo para conseguir dinheiro a taxas mais baixas. Isso ocorre devido ao risco de inadimplência por parte desse cliente.
Quando o consumidor possui restrições no mercado, suas chances de obter crédito são reduzidas.
Caso consiga acesso ao crédito, será com taxas consideravelmente altas. Essa situação ocorre devido às estimativas de que a probabilidade de reincidência na inadimplência é significativa, chegando a cerca de 80%, segundo especialistas.
Com o nome negativado, muitas pessoas acabam recorrendo à financeiras, que geralmente cobram taxas superiores às dos bancos de varejo, principalmente devido à análise de crédito menos rigorosa realizada por essas instituições.
Quando a instituição financeira avalia o perfil do cliente, são considerados diversos aspectos para determinar a taxa de juros, incluindo seu histórico de comportamento financeiro.
Parte do valor cobrado corresponde ao conhecido “spread bancário” (diferença entre a taxa de juros captada pelo banco e a taxa cobrada do cliente), outra parte corresponde aos custos financeiros. No entanto, uma parte importante desse cálculo é o risco associado ao cliente.
Desta forma, para reduzir as taxas do financiamento no momento da sua contratação, o segredo é ter um perfil considerado de bom pagador.
No entanto, há possibilidade de reduzir a taxa do financiamento após a sua contratação, de maneira judicial, ou seja, submetendo a questão à apreciação do Poder Judiciário, com o auxílio de um advogado especializado em Direito do Consumidor.
Assim sendo, é possível pedir a revisão do contrato de empréstimo ou financiamento, mediante a apresentação de provas que justifiquem o pedido.
Como pedir a revisão do contrato de empréstimo e financiamento?
É altamente recomendável buscar a orientação de um advogado especializado em Direito do Consumidor para auxiliá-lo no processo e, posteriormente, iniciar uma ação judicial buscando a revisão do contrato de empréstimo ou financiamento bancário.
O papel desse advogado será reunir as provas necessárias para demonstrar ao juiz os fundamentos que justificam a revisão.
É importante ressaltar que, em regra, existem diversas irregularidades presentes nos contratos mais comuns, como os de financiamento de veículos e imóveis, bem como os contratos de empréstimo.
Muitos contratos de financiamento contêm cláusulas abusivas que violam o Código de Defesa do Consumidor.
Por isso, é recomendável buscar um advogado especializado nessa área para garantir a defesa dos direitos do consumidor.
O que é melhor reduzir a prestação ou o prazo do financiamento?
Nos casos em que é necessário reduzir o valor da parcela mensal devido a emergências financeiras, é possível entrar em contato com a seguradora ou o banco responsável pelo contrato e solicitar o aumento do número de parcelas, sem que seja necessário ingressar com uma ação judicial para isso,
Ocorre que essa opção, embora permita que o consumidor pague um valor mensal menor ao estender o prazo de pagamento, eleva, e muito, o valor total da dívida.
Isso porque no Brasil, o consumidor tende a observar apenas o se o valor da parcela cabe no bolso, e não o valor total da dívida, ou “custo efetivo total”, como é chamado tecnicamente, o que acaba por elevar consideravelmente o nível de endividamento do brasileiro e acarretar problemas ao longo dos anos.
Desta forma, essa opção deve ser considerada apenas em situações de extrema necessidade, uma vez que o aumento do prazo resultará em um acréscimo no valor dos juros ao longo do contrato de financiamento. Isso significa que o montante total a ser pago será, em regra, bem maior do que o inicialmente acordado.
No entanto, existem opções disponíveis para reduzir o montante das parcelas mensais, e uma delas é a amortização dos juros, que pode ser feita de duas maneiras distintas.
A primeira opção consiste em reduzir o prazo do financiamento ou até mesmo o valor das parcelas remanescentes.
Essa alternativa é considerada a mais vantajosa, uma vez que ao quitar o saldo pendente de forma mais rápida, a incidência de juros sobre a dívida pode ser menor.
Caso a decisão seja diminuir o prazo de pagamento, o número total de parcelas será reduzido.
Para isso, é necessário fazer um investimento maior além do valor regularmente pago mensalmente.
O saldo atualizado pode ser utilizado para quitar as últimas parcelas do financiamento, caso a opção seja diminuir o prazo. Por exemplo, se ainda restam 10 parcelas pendentes, é possível quitar as últimas três de uma só vez, com o objetivo de reduzir o montante dos juros.
No entanto, caso a escolha seja diminuir o valor mensal das parcelas, o montante adicional poderá ser utilizado e distribuído entre as demais parcelas pendentes, a fim de reduzir o valor individual de cada uma delas.
O que é Financiamento e Como Funcionam os Juros?
O financiamento se trata de um tipo de contrato de crédito, uma antecipação de créditos no qual determinada instituição financeira oferece e o cliente paga de acordo com o prazo. Esse prazo é variável, mas costuma a ter um caráter mais longo, podendo chegar a até 360 parcelas. Sendo assim, basicamente, a instituição financeira empresta o dinheiro necessário, e você devolve esse valor em parcelas mensais, acrescidas de juros e outras taxas.
O financiamento, apesar de ser uma grande ajuda para aqueles que desejam adquirir bens e serviços, possui taxas de juros que podem aumentar em um valor considerável o preço final do bem adquirido.
Os juros costumam acompanhar o prazo, ou seja, quanto mais longo for o prazo do financiamento, maior será o valor em juros. A taxa de juros costuma ser em torno de 8% ao ano. Existem dua formas de calcular os juros:
- Juros simples: são calculados apenas pelo valor principal
- Juros compostos: São calculados sobre o valor principal e sobre os juros acumulados em períodos anteriores
No caso do financiamento, o próprio bem é usado como garantia de pagamento, ou seja, caso o comprador não consiga cumprir com o compromisso de pagamento, o bem deve ser confiscado para quitar o valor
Portanto, a aqueles que desejam pagar uma menor taxa de juros, vale a pena apostar em valores menores e em menos parcelas.
Importância de Reduzir os Juros do Financiamento:
Reduzir os juros do financiamento pode ser muito benéfico para o bem estar financeiro do comprador, entre os benefícios, pode-se destacar:
- Redução do custo final: quando os juros tem um valor mais baixo, o valor que será pago ao fim do contrato será significantemente menor, resultando na economia de gastos
- Menor risco de endividamento: com taxas de juros reduzidas, o pagamento das parcelas se torna mais acessível, resultando em uma maior estabilidade financeira e menos chance de acúmulo da dívida.
- Facilidade de investimentos e maior poder aquisitivo: com menores taxas de juros, o orçamento e a renda do comprador ficaram menos pressionados, possibilitando mais oportunidades para novos investimentos, e maior poder de compra.
Usando o FGTS para Reduzir os Juros do Financiamento
O FGTS (fundo de garantia do tempo e serviço) Utilizar o FGTS para a redução de juros do financiamento pode ser uma ótima estratégia, existem algumas formas em que esse fundo pode ser utilizado com essa finalidade, sendo elas:
- Amortização da dívida: O FGTS pode ser utilizado como amortizador do financiamento, reduzindo o montante total e, consequentemente, a taxa de juros.
- Aplicação de entrada: O FGTS pode ser utilizado como o valor de entrada do financiamento, uma boa entrada possibilita menores taxas e menores parcelas mensais.
- revisão de condições: O saldo do FGTS pode ser utilizado para reduzir o saldo da dívida, facilitando a negociação de melhores condições.
- Transferencia da divida para outro banco: O FGTS possibilita a amortização do saldo devedor, facilitando a transferência da dívida para outra instituição com condições mais favoráveis
Como aplicar o FGTS?
- Se certifique se o seu tipo de financiamento permite o uso do FGTS
- Verifique o saldo disponível pelo APP do FGTS ou pelo site da caixa econômica
- entre em contato com a instituição financeira para informar da sua intenção em utilizar o FGTS para reduzir os juros
- apresente a documentação necessária e siga as instruções do banco para a aplicação do fundo.
Benefícios de Manter um Bom Histórico de Crédito
Manter um bom histórico de crédito traz diversos benefícios, entre eles pode-se destacar a diminuição das taxas de juro, facilidade em conseguir empregos e contratos de aluguéis, mantimento de uma boa reputação financeira, gerando mais confiança e credibilidade ao cliente do banco, menor necessidade de garantias, acesso a mais produtos e serviços do banco, mais possibilidade de negociações, e melhores condições de crédito.
Para a manutenção do bom histórico de crédito, é necessário estar com o pagamento das contas em dia, e ter uma quantidade controlada de dívidas. é interessante fazer revisões constantes acerca do seu relatório de crédito e do seu saldo devedor para maior controle desses aspectos.
Analisando Diferentes Tipos de Financiamento para Encontrar Menores Juros
É essencial a análise dos diferentes tipos de financiamento para que seja possível compreender melhor quais deles oferecem as melhores oportunidades de taxas de juros, entre eles, destacam-se:
- Financiamento imobiliário: Costuma-se ter taxas de juros mais competitivas e prazos mais longos.
- Financiamento com garantia: costuma a ter taxas de juros mais baixas devido à garantia oferecida.
- Financiamento de equipamentos: Costuma a ter condições mais específicas de acordo com o prazo de uso dos equipamentos
- Financiamento de veículo: Tende a ter taxas mais baixas e o prazo deve variar de acordo com o preço do veículo.
É possível baixar o juros do financiamento?
Sim, é possível abaixar os juros do financiamento de diversas formas, como com a aplicação do saldo FGTS ou de um valor de para o abatimento do saldo devedor, ou até mesmo migrando a dívida para um banco com menores taxas.
Tem como diminuir o valor da parcela de um financiamento?
Sim, é possível reduzir o valor da parcela apresentando um bom valor de entrada, o saldo FGTS também pode ser utilizado com essa finalidade. Também é possível fazer um refinanciamento visando melhores condições
Tem como abaixar o valor de um financiamento?
Sim, é possível diminuir o valor do financiamento utilizando um bom valor de entrada, buscando por menores valores de taxas de juros, e optando por instituições financeiras com condições favoráveis.
Como entrar com pedido de revisão de juros?
Para entrar com o pedido de revisão de juros, a primeira etapa se trata de reunir a documentação necessária, em seguida deve-se revisar os termos, entrar em contato com o banco, redigir uma carta de revisão para formalizar o pedido, e seguir acompanhando o pedido com assessoria jurídica.
Conclusão
Se preferir, entre em contato com a equipe do Galvão & Silva advogados para esclarecer suas dúvidas. Nossos advogados são especialistas em questões de juros bancários e outras temáticas relacionadas à defesa dos direitos do consumidor. Estamos à disposição para auxiliá-lo nas questões envolvendo a revisão do seu contrato de financiamento bancário. Considere entrar em contato conosco e fazer uma consulta sem compromisso e conheça mais sobre os seus direitos!
Galvão & Silva Advocacia
Artigo escrito por advogados especialistas do escritório Galvão & Silva Advocacia. Inscrita no CNPJ 22.889.244/0001-00 e Registro OAB/DF 2609/15. Conheça nossos autores.