Compensação Ambiental: Como Funciona e Quando é Obrigatória

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08/01/2025

8 min de leitura

Atualizado em

Compensação Ambiental
A Compensação Ambiental é uma obrigação imposta a empreendedores por impactos ambientais significativos, prevista na Lei 9.985/2000, destinada a apoiar unidades de conservação e mitigar danos ao meio ambiente causados por empreendimentos.

A compensação ambiental é um dos principais instrumentos utilizados para equilibrar o impacto ambiental causado por grandes empreendimentos com ações de preservação e recuperação do meio ambiente. Regulamentada pela legislação brasileira, especialmente pela Lei n.º 9.985/2000, esta busca assegurar que o desenvolvimento econômico ocorra de forma alinhada à conservação ambiental. 

Este artigo, portanto, explora como funciona esse mecanismo, indo desde sua aplicação no licenciamento ambiental até as responsabilidades dos empreendedores, além de esclarecer os critérios que tornam essa compensação obrigatória.

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O que é Compensação Ambiental?

A compensação ambiental é um instrumento de política pública que tem como objetivo amenizar os impactos negativos causados por atividades humanas ao meio ambiente, especialmente em casos de empreendimentos que resultam na degradação ambiental irreversível. 

Instituída no Brasil pela Lei n.º 9.985/2000, que regulamenta o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), ela impõe que os responsáveis por tais atividades devem contribuir financeiramente ou realizar ações diretas para a preservação, recuperação ou criação de áreas protegidas.

Esse mecanismo, portanto, busca contrabalançar os danos causados por um empreendimento, como a construção de rodovias, hidrelétricas ou atividades de mineração, por meio de investimentos na conservação da biodiversidade.

Esses investimentos podem incluir, por exemplo, o fortalecimento de unidades de conservação já existentes, a recuperação de áreas degradadas, ou ainda ações voltadas à educação ambiental e à proteção de espécies ameaçadas.

É importante ressaltar que, apesar de ser um instrumento importante, a compensação não substitui a obrigação de prevenir e minimizar impactos ambientais desde o início. Ela apenas complementa outras exigências legais, reafirmando o princípio de que quem impacta o meio ambiente deve arcar com os custos de sua proteção e recuperação.

Como funciona a Compensação Ambiental?

A compensação ambiental funciona como uma exigência legal imposta durante o processo de licenciamento ambiental, especialmente para empreendimentos que causam significativos impactos ambientais. Nesse sentido, o responsável pelo empreendimento deve realizar um estudo de impacto ambiental (EIA), no qual os danos potenciais ao meio ambiente são avaliados. 

E assim, com base nesse estudo, as autoridades ambientais definem o valor ou as ações necessárias para compensar esses impactos. Além disso, o cálculo da compensação é baseado na gravidade do impacto identificado e geralmente corresponde a um percentual do valor total do empreendimento. 

Esse recurso é destinado a iniciativas que promovam a preservação ambiental, como a criação ou manutenção de unidades de conservação, recuperação de áreas degradadas ou ações voltadas à proteção da biodiversidade, e em alguns casos, as empresas podem ser obrigadas a executar diretamente os projetos compensatórios.

Por fim, a fiscalização e o acompanhamento das ações de compensação ambiental são realizados pelos órgãos ambientais competentes, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) ou órgãos estaduais e municipais, o que garante que os recursos sejam aplicados de forma eficiente e transparente.

Assim, a compensação ambiental não apenas busca reduzir os impactos negativos de grandes empreendimentos, mas também contribui para o fortalecimento das políticas de preservação ambiental no país.

Como calcular o valor da Compensação Ambiental?

Esse percentual é determinado pelo órgão ambiental licenciador, que possui a função de avaliar fatores como a extensão da área degradada, a irreversibilidade dos danos e os impactos sobre a biodiversidade e comunidades locais. Dessa forma, quanto maior o impacto ambiental, maior tende a ser o valor atribuído para a compensação, de forma proporcional.

E, para reforçar, o recurso financeiro que for resultante do cálculo, é destinado prioritariamente à criação, manutenção ou melhoria de unidades de conservação ambiental, ou seja,  o processo de cálculo é uma ferramenta para responsabilizar os empreendedores e promover ações de proteção ao meio ambiente.

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Finalidades da Compensação Ambiental: Proteção de unidades de conservação

Uma das principais finalidades da compensação é a proteção das unidades de conservação, áreas protegidas que abrigam grande biodiversidade e desempenham papel crucial no equilíbrio ecológico. Além de serem fortalecidas pelos recursos oriundos da compensação, essas também ganham novas unidades, visando sempre melhorar a preservação.

Esses investimentos podem, ainda, incluir melhorias na infraestrutura, contratação de equipes para fiscalização, implementação de programas de manejo e educação ambiental, além da aquisição de terras em áreas prioritárias para conservação, buscando-se assim, assegurar a integridade dessas áreas e a preservação de seus devidos ecossistemas.

Não só isso, todos esses fatores contribuem diretamente para que as atividades econômicas sejam realizadas de forma mais sustentável, promovendo desse modo, uma coexistência entre o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.

Responsabilidades do empreendedor na execução da Compensação Ambiental

Quando se trata de responsabilidades, o empreendedor é responsável por cumprir todas as obrigações definidas no processo de licenciamento ambiental, incluindo a execução das medidas de compensação, ou seja, o pagamento dos valores calculados pelo órgão ambiental ou a realização direta de ações compensatórias, como investimentos em unidades de conservação.

Não só isso, o empreendedor deve ainda elaborar e apresentar planos ou projetos detalhados, especificando como serão aplicadas as medidas compensatórias, esses projetos precisam além disso, de uma aprovação vinda do órgão ambiental, que por sua vez acompanhará sua implementação para garantir a eficácia das ações.

Por fim, o empreendedor precisa garantir transparência e prestar contas regularmente sobre o andamento e os resultados das ações. Vale destacar que o não cumprimento dessas responsabilidades pode levar a sanções não só administrativas mas também judiciais, reforçando a importância do compromisso com a conservação ambiental.

Diferenças entre Compensação Ambiental e Mitigação de Impactos

A compensação ambiental e a mitigação de impactos são instrumentos diferentes no contexto de proteção ambiental, apesar de ambos serem aplicados no licenciamento de empreendimentos. A mitigação de impactos, primeiramente, refere-se a ações realizadas para prevenir, minimizar ou corrigir os danos ambientais durante a execução do projeto, como instalação de barreiras acústicas ou reflorestamento no local da obra.

Já a compensação ambiental, por outro lado, é uma medida adicional exigida quando os impactos causados já estão em um nível irreversível ou significativo, e tem como objetivo equilibrar os danos por meio de investimentos em ações externas, como criação ou manutenção de unidades de conservação, por exemplo.

Ou seja, enquanto a mitigação está diretamente ligada ao local da intervenção, a compensação ocorre em áreas diferentes, geralmente com maior relevância ambiental. Em suma, a mitigação visa evitar ou reduzir danos antes ou durante a realização do empreendimento, enquanto a compensação procura reparar ou compensar os impactos que não puderam ser evitados, promovendo um benefício ambiental equivalente ou superior.

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Compensação Ambiental em grandes obras de infraestrutura

A compensação ambiental é  amplamente aplicada em grandes obras de infraestrutura, levando em consideração o seu elevado potencial de causar impactos ambientais significativos. Por exemplo, os projetos como hidrelétricas, rodovias, ferrovias, portos e mineradoras, que frequentemente alteram ecossistemas, degradam habitats e afetam a biodiversidade local.

Nesses casos, a legislação então exige, como já vimos, que os empreendedores destinem recursos financeiros ou realizem ações específicas para minimizar esses danos. Assim, busca-se equilibrar o impacto das obras com benefícios ambientais duradouros, promovendo um desenvolvimento de maior sustentabilidade.

Quais são os desafios jurídicos na aplicação da Compensação Ambiental?

Os desafios na aplicação da compensação ambiental envolvem a definição precisa dos impactos a serem compensados, a transparência na execução das medidas e a fiscalização eficaz. Além disso, a resistência de empreendedores pode dificultar a implementação e a eficácia das ações compensatórias.

Como ocorre a fiscalização e o cumprimento da Compensação Ambiental?

Esta ocorre através de órgãos competentes, como o IBAMA, que monitoram o cumprimento das ações e o uso correto dos recursos. Ainda, o empreendedor deve apresentar relatórios periódicos e se submeter a inspeções, podendo sofrer punição em caso de descumprimento, com multas ou sanções.

Qual é o papel do advogado em casos de Compensação Ambiental?

O advogado desempenha um papel fundamental na orientação e representação dos empreendedores. Este, auxilia na elaboração do Estudo de Impacto Ambiental, na negociação de medidas compensatórias e na defesa dos interesses do cliente perante órgãos ambientais, assegurando a conformidade legal.

Quais são as perspectivas futuras para a Compensação Ambiental no Brasil?

As perspectivas futuras para a compensação ambiental no Brasil envolvem o fortalecimento da fiscalização e maior rigor nas medidas compensatórias, espera-se ainda integrar melhor a compensação com políticas de desenvolvimento sustentável, garantindo a conservação ambiental a longo prazo.

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Conclusão

A compensação ambiental funciona como uma ferramenta essencial para mitigar os impactos ambientais causados por grandes empreendimentos, garantindo assim que os danos sejam equilibrados por ações de preservação e recuperação. Embora não substitua a necessidade de prevenção, ela desempenha um papel complementar crucial, assegurando que quem causa o impacto seja responsável por sua compensação. 

Desse modo, caso você esteja precisando de ajuda relacionada a compensação ambiental, direito ambiental e temas relacionados, nós do escritório de advocacia Galvão & Silva possuímos uma equipe capacitada e competente, pronta para lidar com seu caso. Entre em contato conosco hoje mesmo e dê um fim a sua procura!

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Revisor
Galvão & Silva Advocacia

Artigo escrito por advogados especialistas do escritório Galvão & Silva Advocacia. Inscrita no CNPJ 22.889.244/0001-00 e Registro OAB/DF 2609/15. Conheça nossos autores.

Autor
Daniel Ângelo Luiz da Silva

Advogado sócio fundador do escritório Galvão & Silva Advocacia, formado pela Universidade Processus em Brasília inscrito na OAB/DF sob o número 54.608, professor, escritor e palestrante de diversos temas relacionado ao direito brasileiro.

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