O acordo de partilha internacional refere-se à divisão de bens de um casal em que os bens estão localizados em diferentes países. Esse tipo de partilha exige atenção a legislações de múltiplas jurisdições para garantir uma divisão justa e legalmente válida.
Durante processos judiciais de divórcio, um dos pontos a ser discutidos é a forma da partilha de bens, onde são analisados os bens, seus valores e sua localização. Porém, quando estes bens estiverem localizados em diferentes países, é preciso se atentar aos procedimentos específicos dessa divisão, ao se tratar de um acordo de partilha internacional.
O acordo de partilha internacional é um assunto de certa complexidade, mas que pode ser mitigado com o conhecimento jurídico certo. Por isso, o presente artigo foi elaborado com o intuito de esclarecer, de forma simples e objetiva, os principais pontos sobre o assunto.
O que é o acordo de partilha internacional?
O acordo de partilha internacional refere-se à divisão de bens, móveis e imóveis, que estão localizados em diferentes países e, portanto, sujeitos a múltiplas jurisdições. Esse tipo de acordo exige uma abordagem mais complexa do que a partilha de bens tradicional, pois as leis de cada país podem variar significativamente em relação a direitos de propriedade, regime de bens e impostos aplicáveis.
Cada jurisdição pode ter regras específicas sobre como os bens devem ser divididos, o que exige que o processo leve em consideração as legislações de todos os países envolvidos. Além disso, o acordo de partilha internacional frequentemente envolve questões como a validação de documentos estrangeiros, o reconhecimento de sentenças judiciais e o cumprimento de requisitos legais específicos de cada país para assegurar que a divisão seja reconhecida e aplicada de maneira eficaz.
É fundamental que os cônjuges contem com a assessoria jurídica especializada em direito internacional, uma vez que a falta de coordenação entre as diferentes jurisdições pode resultar em conflitos legais e dificuldades na execução do acordo.
Como validar um acordo de partilha internacional no Brasil?
Caso o acordo de partilha internacional tenha sido realizado no exterior, ele só poderá ter efeitos no Brasil caso haja o seu reconhecimento pelo país.
Assim, é necessário haver o processo de homologação de sentença estrangeira, responsável justamente por analisar se acordos internacionais respeitam as leis do Brasil e seu território.
Assim, será preciso realizar procedimentos como apostilamento ou legalização dos documentos relevantes, homologação pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e, posteriormente, a sua averbação em cartório.
Vale comentar que estes procedimentos devem ser realizados de uma forma específica e, por isso, o acompanhamento jurídico por um advogado especializado no assunto é fundamental para melhor andamento do processo.
Partilha de bens em diferentes jurisdições
A partilha de bens em diferentes jurisdições apresenta uma série de desafios devido às diferenças entre os sistemas legais de cada país. Não há uma legislação única que abranja todos os países, já que cada nação possui soberania sobre seu próprio território e define suas próprias regras sobre o processo de divórcio e divisão de bens.
Um dos principais obstáculos em processos judiciais internacionais, especialmente no divórcio, que se tornou cada vez mais comum, é entender as diferentes abordagens que cada país adota em relação à partilha de bens.
Além disso, é essencial identificar quais países estão dispostos a cooperar e como suas legislações podem ser aplicadas de maneira coordenada. A falta de uniformidade entre as leis pode criar complicações significativas.
Outro desafio é a comunicação entre as partes, que pode ser dificultada pela distância e pela existência de barreiras linguísticas e culturais. Por isso, é papel dos advogados especializados em direito internacional facilitar a comunicação entre seus clientes e os tribunais envolvidos, garantindo que todos os procedimentos sejam conduzidos corretamente e que os interesses de seus clientes sejam respeitados.
Dado que cada país tem o direito de aplicar suas próprias leis sobre o que ocorre em seu território, as normas que regem a partilha de bens podem variar amplamente de uma jurisdição para outra. Isso gera incertezas para os envolvidos sobre qual legislação deve ser seguida.
Portanto, é fundamental que as partes contem com uma estratégia legal clara para navegar essas diferenças e garantir que o processo de partilha internacional seja conduzido de maneira justa e eficiente.
O papel da legislação internacional em acordos de partilha de bens
Nos casos de acordo de partilha internacional, identificar a legislação correspondente é um grande desafio. Afinal, seguindo a lógica do próprio CPC, partilhas tradicionais terão seus bens imóveis avaliados e lidador pela comarca correspondente a sua própria localização, algo que muda a partir do momento em que eles estiverem localizados em outro país.
Assim, a legislação internacional é de extrema importância para que tanto o Brasil quanto o país estrangeiro envolvidos reconheçam que há legalidade no acordo de partilha internacional, permitindo às partes garantir os seus direitos sobre imóveis, contas bancárias e demais bens, mesmo que estejam no exterior.
Como garantir que a partilha de bens seja justa entre diferentes países?
De maneira simples, para garantir que o acordo de partilha internacional seja benéfico para ambas as partes, é essencial contar com um representante legal especializado no assunto. Em outras palavras, é fundamental contar com apoio jurídico de um advogado especializado em direito internacional.
Isso se dá por ele ser um profissional capaz, não só de compreender leis estrangeiras, como também simplificá-las para que seu cliente saiba, exatamente, seus direitos e deveres resguardados no país envolvido. Assim, a partir deste conhecimento, eles permitem maior celeridade ao processo, garantindo que ele seja justo e proporcional em todos os sentidos.
Acordo de partilha internacional: O papel das convenções internacionais em disputas
As convenções internacionais se referem a acordos realizados entre diferentes países, para padronizar e simplificar o entendimento mútuo sobre um assunto de interesse e repercussão geral.
No contexto do acordo de partilha internacional, as convenções internacionais podem ser o diferencial para evitar disputas e divergências entre os envolvidos na divisão.
É o caso, por exemplo, da Convenção de Haia, de 1961, que até hoje é responsável por uniformizar aspectos relacionados ao divórcio e separação de pessoas, de países signatários. Assim, a depender da relação que este país tiver com a convenção e, consequentemente, com o Brasil, aspectos sobre o acordo de partilha internacional podem ser tratados com maior facilidade.
Porém, vale comentar que disputas legais, num contexto internacional, vão depender exclusivamente da relação entre os países, havendo convenções e tratados específicos a depender dos envolvidos e, por esse motivo, reitera-se a importância de contar com um atendimento jurídico personalizado.
Como funciona a partilha de bens em um divórcio internacional?
A partilha de bens internacionais irá depender dos países envolvidos, seja pela nacionalidade das partes ou pela localização dos bens interessados. Nesse caso, serão observados a origem dos bens, as leis de cada país e se possuem algum acordo entre si que facilite o entendimento sobre tal partilha.
Como resolver disputas sobre a partilha de bens internacionais?
A melhor forma de resolver disputas sobre o acordo de partilha internacional é entrar em contato com um advogado especializado no assunto que, por sua vez, irá fornecer os direitos e deveres de cada parte, promovendo maior entendimento sobre o assunto e evitando quaisquer conflitos de interesses.
Como os impostos sobre a partilha de bens são tratados em um acordo internacional?
Os impostos sobre acordo de partilha internacional irão depender da localização dos bens, para serem avaliados de acordo com as leis locais. Assim, se eles estiverem no Brasil, serão tributados conforme as leis brasileiras e do contrário, serão verificadas sob ótica do ordenamento estrangeiro.
O que acontece se uma das partes não cumprir o acordo de partilha internacional?
Se uma das partes descumprir o acordo de partilha internacional, pode enfrentar diversos problemas legais. Por isso, se tiver seus direitos violados pela outra parte que descumpriu o acordo de partilha, entre em contato com um advogado e saiba como proceder da melhor forma possível.
Conclusão
Contar com um especialista no assunto é essencial para o melhor andamento de um acordo de partilha internacional. Este especialista, geralmente advogado internacional, possui conhecimento e experiência suficientes para que o processo de divisão seja feito de forma justa e proporcional.
Para mais informações sobre o acordo de partilha internacional, seus procedimentos e como lidar com possíveis conflitos de interesses, entre em contato com nosso escritório Galvão & Silva Advocacia e agende uma consulta com um dos nossos, mais experientes, advogados de direito internacional.
Galvão & Silva Advocacia
Artigo escrito por advogados especialistas do escritório Galvão & Silva Advocacia. Inscrita no CNPJ 22.889.244/0001-00 e Registro OAB/DF 2609/15. Conheça nossos autores.